signpost, road signs, sign-2030780.jpg

Como escolher a graduação certa?

Chegou a hora de escolher a profissão. Ao mesmo tempo que é um dos momentos mais emocionantes, também existe uma série de medos e angústias. 

Será que vai dar tudo certo? Será que vou conseguir? Será que serei capaz? Haverá lugar profissional para mim?

Essas são perguntas que tangem a entrada para o mundo profissional, e revelam uma série de incertezas enfrentadas neste período.

 

Mas será que existe a escolha profissional “certa”?  Será que há uma área de trabalho esperando que você a encontre para serem felizes juntos, em detrimento de todas as outras? Parece que esse ideário carrega o conceito de alma-gêmea. Como se só fosse possível ser feliz ao acertar A escolha.

 

Certamente há opções de curso que provavelmente te trarão muito mais satisfação que outros cursos. Mas nem por isso devemos pensar que existe a escolha certa, como se antecede sua existência. No entanto, se não há escolha certa, há escolha consciente. Isso significa passar pelo processo cauteloso de conhecer  todos os fatores implicados, e integrá-los à sua identidade.

 

Escolher de forma consciente requer mergulhar no processo de autoconhecimento, além de conhecer o mundo das profissões e cursos a fundo. Isso implica em se munir de informações sobre as possibilidades existentes, se apropriar do próprio desejo, se preparar para tolerar frustração, e estar atento às mudanças  ao longo do caminho.

 

Vale lembrar que há algumas décadas, quando uma pessoa escolhia o curso de graduação, ela tinha seu futuro quase determinado. As carreiras eram mais estáveis e menos plurais. As possibilidades de atuação eram bem mais restritas.  Hoje esse universo se expandiu exponencialmente e está em constante transformação.Além disso, existem diversas áreas de atuação híbridas, que não requerem uma formação específica. 

 

Embora seja necessário traçar objetivos para não andar a esmo, dificilmente teremos garantias. Organização é muito importante, mas uma dose de improviso é essencial.

 

Imageticamente, costumamos pensar no profissional de sucesso como alguém que vai ascendendo, como em um gráfico. No entanto, podemos pensar na trajetória de carreira como uma estrada que vai sendo constituída no próprio caminhar. As estradas estão cheias de bifurcações, curvas, aclives, flores e espinhos. Ou seja, se por um lado é recomendado que se esteja preparado para a caminhada a ser trilhada, por outro contaremos com o imprevisto. Isso faz parte da jornada.

 

Mencionarei adiante algumas etapas que costumam compor o processo de escolha profissional. Elas não são fixas, tampouco lineares. Vale verificar como cada uma delas faz sentido pra ti, e mergulhar nessa empreitada.

1 – Conhece-te a ti mesmo

A famosa frase filosófica é o primeiro passo na escolha de uma profissão.É importante se debruçar sobre você mesmo. Isso quer dizer que quando pensamos em escolha profissional vale pesquisar sobre a sua própria identidade.

 

Ora, mas se o mundo está em constante transformação, o seu próprio mundo também está. Isso quer dizer que você não é um ser estático, e o que você pensa e sente agora não necessariamente corresponderá a seu ”eu do futuro”. Ainda assim, provavelmente há uma série de valores, interesses, aptidões, medos e desejos que de alguma forma te acompanharão ao longo da sua vida, ainda que se apresente de jeitos diferentes.

 

Para isto, vale anotar também o que você pensa sobre si mesmo,  e perguntar para as pessoas próximas o que elas enxergam em ti. 

 

-Aonde você reconhece suas potencialidades?

-No que, ao longo da sua vida, você sentiu dificuldades?

– O que você vivenciou/ aprendeu que te fez vibrar de alegria, e o que era sinônimo de tédio?

-Qual é o histórico profissional de sua família? O que você admira e o que você não quer reproduzir? 

-Quais são seus modelos profissionais? 

-Como você se vê no futuro? 

-Até hoje, quais foram os principais episódios que marcaram sua vida e porquê?

 

Vale salientar que nenhuma dessas perguntas visa traçar um perfil profissional para você se encaixar em alguma profissão. Aqueles testes vocacionais encontrados na internet não devem determinar sua escolha profissional porque não somos seres “encaixáveis”. No entanto, as perguntas compostas nesse tipo de instrumento podem auxiliar nesta etapa de autoconhecimento.

Perguntas acerca de sua identidade costumam ser disparadores que auxiliam no processo de autodescoberta, e a enriquecem seu repertório para fazer uma escolha consciente.

 

2 – O que é importante pra mim profissionalmente?

A pergunta acima se refere aos critérios profissionais, ou seja, é necessário verificar qual é o tipo de carreira que você quer ter. Em que tipo de ambiente, quantidade de horas, modalidade presencial e/ou online; quanto tempo de formação; quanto ganhará, com atividades em grupo e/ou sozinho, etc. 

As temáticas de interesses costumam ficar mais evidentes nessa etapa do processo.

 

3 – Conhecendo o mundo das profissões

Chegou a hora de pesquisar sobre carreiras. Buscar pela maior quantidade disponível de cursos é uma forma de aguçar a curiosidade sobre as possibilidades no mundo. Naturalmente, você se interessará mais por algumas áreas do que por outras; e uma primeira seleção já será realizada. 

Depois será necessário pesquisar o máximo possível sobre a profissão. Isso engloba saber os aspectos práticos da formação (faculdades que oferecem o curso, mensalidades, bolsa de estudos, vestibulares, possibilidades de estágio, disciplinas da matriz curricular, etc).  Não esqueça de pesquisar sobre a profissão em si (se há vínculo empregatício ou não, vagas no mercado de trabalho, modalidades possíveis, média salarial, necessidade de pós-graduação, horário de trabalho, tipo de ambiente, possibilidade de crescimento, etc).
Uma ótima dica é buscar conversar com algum profissional. Tire todas as suas dúvidas, e busque explorar os pontos negativos e positivos da profissão. Para tornar a pesquisa ainda mais completa, vale conversar com outro profissional (de empresas ou tipo de atuações diferentes). Isso te ajudará a entrar em contato com diferentes pontos de vista.

 

4 – A tomada de decisão

Com as pesquisas devidamente realizadas, vale colocar na balança os pontos positivos e negativos de cada área que você está considerando. Vale pensar quanto cada um desses itens é realmente favorável ou desfavorável para ti. Lembre-se de integrar o autoconhecimento nesta etapa do processo.

 

5 – O plano de ação

Finalmente, é hora de colocar na ponta do lápis seu planejamento para ingresso no mundo do trabalho. Anote as datas dos vestibulares que vai prestar, bem como prazo de inscrição e local da prova. É recomendável fazer a agenda de como será sua rotina com a graduação e organização financeira.

Lembre-se que não existe profissão perfeita. Sempre haverá coisas que gostamos e não gostamos ao longo de sua trajetória profissional, e lidar com esses dois lados faz parte do processo de amadurecimento.

 

Vale lembrar que escolher a profissão é um processo complexo e nem sempre conseguimos fazer isso sozinhos. Nesse caso, buscar um processo de orientação profissional é a melhor forma de fazer uma escolha madura. Você estará respaldado por uma especialista na área, devidamente instrumentalizada para te acompanhar nessa travessia. 

Cristina Gonçalves de Abrantes

Psicóloga e Orientadora Profissional CRP 06/135259

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *